A Criança no Quarto 9 – O Amigo Imaginário que Sabia Demais

 Quando a filha começou a conversar com o vazio, os pais acharam que era apenas imaginação... até ela revelar segredos que jamais poderia saber.

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Crianças têm uma sensibilidade única. Muitas vezes, percebem o que adultos ignoram. Inventam amigos, mundos e histórias — ou pelo menos é o que os adultos preferem acreditar. Mas e se esse “amigo” for real? E se ele estiver ali... por um motivo?

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André e Mônica se mudaram com a filha, Luísa, de 5 anos, para um novo apartamento em um prédio antigo no centro histórico de Curitiba. Era espaçoso, barato e com uma bela vista para o parque. Tudo parecia perfeito... até Luísa começar a conversar sozinha todas as noites.

“Estou falando com o Joca”, dizia ela. “Ele mora no quarto 9 e gosta de brincar comigo.”

O detalhe? O apartamento não tinha número 9 — eles moravam no 302. Mas a menina dizia que Joca morava “no andar de baixo”, em um lugar onde só dá pra ir dormindo.

As conversas se intensificaram. Luísa começou a desenhar uma figura pálida, de olhos fundos e um chapéu antigo. Ela dizia que ele contava histórias de quando o prédio era um orfanato, e mostrava coisas que ninguém havia lhe contado, como o porão com chão de madeira solta... que realmente existia.

Intrigados, os pais pesquisaram a fundo. Descobriram que o prédio foi, de fato, um orfanato até 1943, quando um incêndio matou 12 crianças — incluindo um garoto chamado Joaquim, conhecido como "Joca".

Em uma noite, Luísa acordou gritando:

“Ele quer que eu vá com ele! Ele disse que estou sozinha aqui, mas lá tem mais crianças... e brinquedos de verdade!”

Na manhã seguinte, encontraram as paredes do quarto riscadas com a frase:
“O quarto 9 está esperando.”

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Luísa foi levada para a casa dos avós. Desde então, nunca mais falou com “Joca”. Mas o quarto continua lá, intocado. E quem passa pelo corredor do terceiro andar, jura ouvir risadinhas de criança vindo do vazio... bem perto do antigo quarto 9 que nunca existiu.